Em algum momento, alguém acabará nos decepcionando. Talvez não seja intencionalmente, mas vai acabar acontecendo. Costumamos esperar o melhor das pessoas e talvez o melhor que ela possa nos oferecer não está à altura daquilo que desejamos. Temos expectativas altas demais e ninguém consegue superá-las. A decepção acaba vindo de alguma forma.
O que fazer nesse momento? Essa é a grande dúvida.
Deixar as coisas acontecerem naturalmente, buscar não ter expectativas em relação às pessoas, isso seria o melhor e o correto a se fazer, mas nem sempre é fácil.
As pessoas podem nos magoar nas coisas mais simples, na forma de nos tratar, em não estar presente na nossa vida o suficiente, em dar mais atenção para outras pessoas; e nessas situações, talvez o problema esteja em nós e não no outro. Aprender a lidar com as pessoas, com as diferenças e particularidades de cada um é essencial para conseguirmos seguir em frente.
Mas em alguns casos o que nos magoa é efetivamente o erro do outro, uma atitude pensada antecipadamente, que o outro sabia que geraria consequências negativas em nossa vida e mesmo assim não se preocupou com o nosso provável sofrimento.





Descobri que estou apaixonada. E isso aconteceu de uma forma que eu não imaginava. Você seria o último homem por quem eu deveria me apaixonar. Você simplesmente despreza pessoas de classes sociais inferiores a sua. E de início eu não suportava a sua arrogância, seu preconceito social e seu modo de agir.
Mas tudo mudou, quando eu deixei de lado as primeiras impressões que tive de você. Quando eu consegui deixar de lado meu orgulho e enxergar verdadeiramente quem você era. Mas eu não poderia me entregar a essa paixão de maneira desenfreada, porque você não é um homem que está ao meu alcance, você é Mr. Darcy, o homem dos meus sonhos, mas que só posso encontrar quando mergulho na leitura de um dos meus livros favoritos: Orgulho e Preconceito, de Jane Austen.
Descobrir-me apaixonada por você me fez perceber que nenhum outro homem estará à sua altura. Mas será que isso é real? Talvez a paixão que sinto por você deveria me fazer analisar como são as relações humanas e afetivas, o quanto perdemos por nos deixarmos levar pelas primeiras impressões que temos das pessoas. Os aspectos que me desagradam em você são, antes de tudo, uma defesa que você utiliza para não se aproximar do amor.





Sinto como se todos meus problemas estivessem em cima de mim. O último ano foi extremamente cansativo, me desgastei física e psicologicamente. A correria da rotina e do trabalho, o tempo gasto no trânsito, as brigas com meu marido, a rebeldia dos meus filhos. De forma geral, tive um ano com mais aspectos positivos do que negativos. Ganhei uma promoção no emprego, meu salário está razoavelmente melhor. Meu casamento está melhor do que nunca. Me sinto uma boa mãe, tendo certeza de que meus filhos estão tendo uma boa educação. Mas ainda assim, é como se o estresse dos últimos meses tivesse sido acumulado e só agora resolvesse se manifestar, me afundando em suas garras.





Sou uma pessoa reservada. É difícil alguém conseguir se aproximar de mim. Me cerco de muros por todos os lados para que ninguém consiga chegar perto. Não faço isso por medo ou por insegurança, apenas prefiro que seja assim. Sempre fui uma pessoa confiável, daquelas que os outros contam tudo sobre suas vidas e acho que me acostumei com isso. Em estar mais disposta a ouvir do que a falar. Isso não significa que eu também não precise desabafar ou ter alguém que esteja ao meu lado. Apenas me acostumei a ser o ombro amigo de outras pessoas e muitas vezes não sei quem estaria disposto a fazer o mesmo por mim.
Confiança. Talvez seja essa a palavra-chave. Confiar em alguém é conseguir se expor de forma que todas suas vulnerabilidades fiquem aparentes. É conseguir contar não apenas suas experiências de vida, mas também seus sentimentos mais profundos. O que me traz algumas dúvidas: Quantas pessoas realmente me conhecem dessa forma? Quantas pessoas conhecem minha alma, meus sentimentos e meus temores?
Muitas pessoas vão passar por nossas vidas. É sempre possível encontrar pessoas que tenham interesses em comum ou opiniões parecidas. Teremos nossos colegas de escola, colégio ou faculdade, que vamos encontrar casualmente e jogar conversa fora. Teremos nossos vizinhos para conversar sobre questões cotidianas. Teremos amigos de infância, que fizeram parte de nossa vida, conheceram nossa história e seguiram caminhos diferentes. Teremos amigos virtuais que entraram em nossas vidas por acaso e fizeram parte de determinados momentos. Quantos desses podemos realmente chamar de amigos? Ou o que pode ser ainda mais complexo, qual critério podemos utilizar para considerar alguém como amigo?





Aprendi que a melhor qualidade que uma pessoa pode ter é ser empático. A empatia nos dá a oportunidade de nos colocar no lugar do outro, sentir sua dor, tentar entender o que se passa com quem está ao nosso redor. Talvez a maioria dos problemas do mundo pudessem ser resolvidos se houvesse mais empatia. Através da empatia conseguimos respeitar opiniões contrárias às nossas. Conseguimos entender e nos livrar dos nossos preconceitos. Conseguimos perceber o que precisamos mudar em nós mesmos para nos tornarmos pessoas melhores. Conseguimos perceber as diferenças entre as pessoas e até mesmo nos afastar daquelas que só querem nos trazer mal. Conseguimos aprender com as experiências dos outros e com a própria vida. 





Através da empatia percebemos a necessidade de ajudar as pessoas. De questionar nossos privilégios e tentar mudar o mundo. De empoderar as pessoas que necessitam e que são oprimidas pela sociedade, e fazer-lhes o bem. A empatia nos faz lutar por um mundo melhor. Não apenas para nós, mas para todos. Ter empatia pelas pessoas que estão ao nosso redor nos torna mais humanos. Nos faz ter mais amor no coração.