Ela é uma leitora nata, nutre uma paixão
pelos livros desde criança, estava sempre tentando incentivar as pessoas ao
redor para o amor pela leitura, contando histórias e compartilhando seus
sentimentos em relação aos seus personagens favoritos. Vivia no mundo da lua ou
“no mundo da literatura”, na sua mente criava histórias e experiências vívidas
com esses personagens. Por mais que amasse o mundo de
faz-de-conta, ela sabia valorizar aquilo que não estava nos livros.
Nos livros
de sua estante, as histórias eram coesas e os personagens possuem
características específicas, muitas vezes, divididas entre o bem e o mal. Na
vida real, a história muitas vezes se tornava confusa e as pessoas ao seu redor
não poderiam ser denominadas de mocinhas ou vilãs, pois possuem ambas as
características dentro de si.
Não há possibilidade de “final feliz”,
já que, mesmo quando se encontra o “príncipe encantado”, o relacionamento não é
um mar de rosas, mas possui discussões, brigas e desentendimentos e são os
problemas que fazem com que o casal amadureça no seu amor e o relacionamento se
torne mais firme e real. Não há conto de fadas, o amor é construído aos poucos,
através daquilo que é vivenciado no cotidiano.
As aventuras da vida real talvez não
sejam tão emocionantes quanto às aventuras dos livros, considerando que não
existem criaturas mitológicas e magia no mundo em que ela vive, mesmo assim, o
coração se aquece com cada festa ou viagem realizada.
Nesse mundo não há detetives desvendando
crimes misteriosos onde apenas uma pista é necessária; os crimes daqui também
são brutais, mas ela não faz parte dessa realidade e nem conhece detetives
estereotipados como os de alguns livros.
Os livros a faziam viajar e imaginar uma
vida diferente, se sentia bem e não imaginava sua vida sem eles; mas aquilo que
a fazia sorrir todos os dias não estava nos livros. Estava nas pessoas ao seu
redor, no amor que sentia por seus amigos e por sua família, estava no abraço
daquele que roubara seu coração. Aquilo que a fazia se sentir realizada não
estava nos livros, estava na valorização do seu trabalho e no seu esforço e dedicação
diárias. O que fazia seu coração transbordar não estava nos livros, estava no
afeto espontâneo, seja através de elogios, agradecimentos ou mimos daqueles que
a rodeavam.
Os livros são extremamente importantes,
motivos de sorrisos e alegria na sua vida. Mas o mais importante não estava nos
livros. Estava na vida e ela sabia disso. Os personagens literários faziam
parte do seu cotidiano, lembrava de cada um deles com muito carinho, se
envolvia com suas histórias e se emocionava com cada detalhe vivenciado. Foi
por causa dos livros que ela aprendera a valorizar ainda mais aqueles que amava,
pois sabia que não era para sempre. Sentia a morte de seus personagens e tinha
medo de que o mesmo acontecesse com quem era especial para si.
A vida era complicada, cheia de
infortúnios e desafios, mas foi através dos livros que ela aprendera a lutar e
a não desistir. Em alguns momentos, a vida era mais complexa do que aquilo que
é mostrado nos livros; em outros momentos, não é tão arrebatadora quando as
tramas daqueles personagens.
Muitas histórias literárias estavam na
sua mente e faziam parte da sua vida, mas a sua história pessoal não estava nos
livros. Ela tentava imaginar como seria se sua trama pessoal virasse um livro,
que fatos da sua trajetória deveriam ser compartilhados e quais deveriam ficar
de fora; quais pessoas fariam parte e quais seriam descartadas. As suas lutas
diárias e o seu esforço não estavam nos livros; assim como as dificuldades que
teve que passar e quais degraus teve que subir. Não lembrava da maioria dos
seus problemas e nem de todas as lágrimas que derramou, mas sabia que tudo
tivera importância no seu crescimento e em quem ela se tornara. Cada
experiência e cada pessoa que passou por sua vida, mesmo que brevemente,
tiveram importância na construção de quem ela era atualmente.
Ela ainda tinha
muitos livros para ler e muitas histórias pessoais para viver e compartilhar. Nutria
um amor especial por cada livro lido e por cada história pessoal vivenciada;
assim como tinha curiosidade pelos livros que ainda não conhecia e pelas
histórias pessoais que ainda não vivera. Ela se interessava por tudo,
independente se está ou não nos livros.
Oi, muito lindo o texto, falou por todos nós leitores ❤
ResponderExcluirMuito legal esse projeto ^-^
Beijos ❤
Jardim de Palavras
Obrigada, Melissa! <3
ExcluirSou que nem a personagem do seu texto: leitora nata, vivo no mundo da literatura, mas também sei aproveitar a vida real, hehehehe.
ResponderExcluirSabe que uma coisa que sempre senti falta na ficção foi de encontrar histórias onde não existe vilão/mocinho, onde as personalidades se misturam, assim como é na nossa realidade? Mas daí lembro que talvez o importante na ficção é exatamente tirar a gente da vida real um pouco...
Eu também sempre sinto muito a morte dos personagens de livros. COMO EU CHOREI QUANDO O DOBBY MORREU EM HARRY POTTER, você não tem noção. Mas na vida real é tão pior perder quem amamos! Isso realmente nos enche de medo.
Lindo conto!
Beijos ♥
https://eueminhaestupidez.blogspot.com.br/
Os meus personagens literários favoritos são justamente aqueles que possuem características reais, que vão muito além do vilão/mocinho, porque é isso que nos fazem se identificar com eles. Nem me fale na morte do Dobby, chorei muito também, aliás, chorei em todos os livros da saga, sou extremamente sensível mesmo.
Excluiròtimo texto e passa realmente tudo que penso sobre a leitura! Amei o blog e já sigo.
ResponderExcluirBeijos e bom início de semana!
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Obrigada, Sheyla! <3
ExcluirQue texto lindo! Eu me identifiquei bastante com ela, também amo o mundo da literatura e vivo viajando com os livros. Também já me peguei pensando como seria um livro da minha vida, se seria interessante e o que eu contaria ali, sabe? E sobre isso de não existir um meio termo entre vilão e mocinho também é algo que me intriga, afinal, na vida real todo mundo tem um pouco de vilão e um pouco de mocinho, né? Adorei o texto!
ResponderExcluirUm beijão,
Gabs | likegabs.blogspot.com ❥
Acho engraçado pensar sobre isso: como seria um livro da nossa história? Porque temos tanto para contar, então, como decidir os eventos principais? É uma reflexão interessante!
ExcluirLenise que você escreve super bem não é segredo. Adorei a forma que você desenvolveu o tema e compartilho de alguns sentimentos vividos pela personagem. Afinal que ama ler sabe que muitas vezes a vida real é bem diferente dos livros algumas vezes até nós surpreende sendo melhor.
ResponderExcluirPara quem ama ler, é ótimo poder comparar a vida real com as histórias dos livros! <3
ExcluirQue lindo o texto!
ResponderExcluirGostei muito da sua escrita!
Abraço !
Obrigada!
ExcluirOiie querida!!
ResponderExcluirAmei seu texto, parabeens! Ainda não conhecia o projeto! Super nos resume.
Beijos!
Ameeeei! Me identifiquei demais <3
ResponderExcluirJá estou seguindo esse blog lindo <3
https://minhaabstracao.blogspot.com.br/
Obrigada pelo carinho, Bruna! <3
ExcluirOi, Lenise!! Adorei o paralelo que você traçou entre vida real e o mundo imaginário dos livros. Aprendemos muito com eles, aprendemos emoções, sentimentos, reações... basicamente, nos espelhamos muito neles para moldar quem somos. Mas viver é mais importante, né?
ResponderExcluirBeijos e parabéns pelo texto!
Achei interessante esse exercício de comparar a vida real com o mundo imaginário dos livros, aprendemos muito com a literatura e podemos utilizar nosso aprendizado na vida real.
ExcluirLindo texto, tudo a ver com nós leitores!
ResponderExcluirObrigada!
ExcluirOi Lena, tudo bem? Você sempre compartilhando um pouco do seu talento com a gente. É incrível o quanto você consegue nos levar numa viagem a cada parágrafo, a cada sentimento, de forma que trazemos essa situação para nossa realidade. Somente quem lê sabe o quanto esse mundo é mágico, o quanto nos faz viajar e viver histórias uma diferente da outra. Quem não gostaria por exemplo de ter um amigo como Harry Potter ou a Hermione? Quem não gostaria de lutar e viver uma aventura ao lado de um guerreiro com o Quatro? Interessante pensar dessa forma. Beijos, Érika =^.^=
ResponderExcluirPreciso comentar que faço aniversário no mesmo dia que Harry Potter, imagina se pudesse comemorar isso no mundo real? <3
ExcluirAchei muito lindo o texto! Passa bem a emoção de ler um livro. Você escreve muito bem! Beijos!
ResponderExcluirObrigada!
ExcluirOi Lenise! Que texto mais fofo! Eu tenho uma visão ao mesmo tempo parecida e distanciada do que você expôs sobre os livros. Acho que eles são totalmente essenciais (eu, leitora viciada falando kkk), nos mostram e fazem aprender coisas que a vida nos faria aprender a trancos e barrancos. Nos mostram realidades que seria impossível ou difícil saber e conhecer se não fosse através deles. Tem muito que se aprender por eles, mas isso depende muito do leitor, é possível ler uma história incrível e continuar apático ao que a vida ao seu redor lhe mostra e dispõe.
ResponderExcluirMas, ao mesmo tempo, lá no início quando você disse de bem e mal, que é tudo muito bem delineado, colorido e florido nas histórias, acho que seria mais uma característica de contos de fadas. Acho que é um ponto que as histórias têm conseguido mudar e mostrar cada vez mais, que todas as pessoas são dotadas de luz e trevas e, não é porque parecem ou são gentis e boas com uns, que assim o são com todos os que o cercam. Acho que ser vilão ou mocinho na vida real, é muito mais uma questão de escolha, uma escolha diária e constante que se faz a cada decisão e a cada despertar. Depende não de quem somos, mas de quem queremos ser! :)
xoxo
Rê
Que comentário maravilhoso, Rê! Acho que livros são essenciais nas nossas vidas, e achei muito interessante isso que você falou a respeito de ler histórias incríveis e refletir acerca delas na nossa vida real, isso é algo necessário, mas nem todos fazem.
ExcluirAcho que seu texto apresenta ao leitor um contraste interessante do que está nos livros e do que está fora deles; mas, sobretudo, como isso tudo se completa. Livros são fruto do que os autores vivem/captam da vida real. A fuga da vida real é uma das funções dos livros para os leitores. Dar importância aos dois cabe tanto aos autores quanto aos leitores. Tudo isso aparece na sua narrativa.
ResponderExcluirBeijos,
Fê
Algumas Observações
Refletir sobre aquilo que está nos livros e trazer para a vida real é um desafio essencial para todos os leitores.
ExcluirQue lindo texto! Eu amei ... Parecia até eu descrevendo.. rs.. Sou apaixonada por livros, e gosto de incentivar outras pessoas a ler.
ResponderExcluirLer nos tira desse mundo, e nos leva a um mundo encantado; e eu sou do tipo que vivo o personagem.
Daniele
Dezesseis
Que bom que você se sentiu dessa forma ao ler o texto, fico realmente feliz <3
ExcluirEu amei o seu texto! Acho que todos nós, leitores, nos identificamos com isso... Afinal, vivemos um pouco da vida real e um pouco da vida nos livros!
ResponderExcluirLiteralize-se
Tentei transmitir exatamente isso, o fato de vivermos em dois mundos, o real e o imaginário, dos livros!
ExcluirQue lindo seu texto! Eu adoro ler, leitora nada desde pequena hehe. E é muito bom entrar em novas histórias enquanto não saímos do lugar. Adorei.
ResponderExcluirObrigada, Eduarda!
ExcluirQue texto lindo. Me e cantou. Me definiu mto bem kkk.
ResponderExcluirAs vezes fico pensando como seria se alguem lesse a minha história. Tenho certeza que não seria entediante. 💕💕💕
Temos que saber valorizar os momentos marcantes da nossa vida, com certeza temos bons e maus momentos que valem a pena ser contados.
ExcluirQue lindo seu projeto é realmente a vida real é um pouco mais dura do que o que está escrito nos livros.bjss linda 😘
ResponderExcluirObrigada pelo comentário! <3
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