Ela sempre desejou que esse momento chegasse, quando ainda era adolescente havia criado em sua mente tudo o que pudesse ter relação com ela, havia idealizado suas características físicas e sua personalidade, pensava nela todo o instante. Seus sentimentos se misturavam em uma grande contradição, ansiedade e preocupação pelos cuidados que precisaria ter pelos meses que se seguiam e uma felicidade e amor imensos por esse pequeno ser. O teste havia dado positivo, ela estava grávida.
Contar a notícia ao marido era ter alguém com quem compartilhar aquele momento maravilhoso na sua vida. A cada sensação nova relacionada aquele ser que estava crescendo dentro de si era comentada com entusiasmo, ela queria dividir com todos os que estavam ao seu redor o quanto era gratificante gerar uma vida. As alterações de humor e os enjoos a incomodavam, mas nada poderia estragar a sua felicidade, a vida era boa demais para que ela se preocupasse com isso.






Era uma menina. Exatamente como ela havia idealizado. Agora ela poderia sentir a existência da Maria Eduarda (nome que ela escolheu para sua filha quando tinha 15 anos de idade) de forma ainda mais profunda. Seus olhos se encheram de lágrimas quando viu o rosto da Duda pela primeira vez no ultrassom e quando ouviu o som dos seus batimentos cardíacos. Maria Eduarda gostava de lhe chutar com frequência – talvez a menina quisesse ser jogadora de futebol – e a dor do chute era acompanhada por uma gargalhada da mãe.
Decorar seu quarto e comprar roupas para a bebê deixava seus dias melhores. Era incrível perceber a atenção recebida pelos amigos e familiares, era como se o mundo houvesse se tornado um lugar melhor apenas pelo fato de sua filha estar chegando.
O dia do nascimento foi o dia mais feliz da sua vida, sentia que naquele momento, sua vida, enfim, começava a fazer sentido. Nunca havia sentido um amor tão grande por ninguém, era inexplicável o que sentia dentro do seu coração. Segurá-la em seus braços e dar-lhe aconchego era o mais importante. Queria proteger Maria Eduarda de todos os perigos do mundo, queria ser seu porto seguro e estar sempre ao seu lado. Foi naquele instante que ela aprendeu o que era amor incondicional. Havia se tornado mãe.

6 Comentários

  1. Lindo , lindo , lindo ...
    Como sempre amei o seu texto , muito emocionante e bem escrito ...As vezes fico pensando de onde você tira inspiração para escrever ?
    Mostrei o texto para a minha mãe e ela quase chorou na minha frente :)

    http://coisasdediane.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Diane, fiquei realmente emocionada com seu comentário, fico feliz em saber que consigo tocar as pessoas com minhas palavras e saber que sua mãe quase chorou lendo o texto realmente me deixou sem palavras. Eu crio muitas coisas na minha mente, mas meus sentimentos também me ajudam muito. Esse texto, especificamente, tirei inspiração no meu desejo de ser mãe, o nome Maria Eduarda é, inclusive, o nome que pretendo dar para minha futura filha. Muito obrigada pelo comentário lindo!

      Excluir
  2. Opa, cheguei atrasada mas enfim, que post lindo! Garota você escreve super bem e sabe tocar as pessoas. AMEI!

    http://blogexplicita.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito obrigada, Rebeca! Isso me deixa ainda mais motivada para continuar escrevendo!

      Excluir
  3. Que delicadeza, que texto lindo! Parabéns, Lenise! ;)

    Beijos, Entre Aspas

    ResponderExcluir