Uma vez, uma personagem de um seriado disse: “As pessoas sempre vão embora”. E eu tentava não acreditar nisso, até porque nunca quis ir embora, mesmo quando sentia a necessidade disso, mesmo quando achava que ir embora seria melhor. Talvez eu tenha dificuldade em deixar as pessoas irem embora, porque tenho comigo que, se você quis entrar na minha vida, o ideal seria que permanecesse nela para sempre. Eu demoro para deixar as pessoas se aproximarem, mas quando deixo alguém tocar minha alma, não quero que ela vá embora, quero ter para sempre sua companhia. Como lidar com o fato de que o “para sempre” não existe? Como lidar com o fato de que as pessoas realmente vão embora? Algumas pessoas vão estar presentes apenas em determinados momentos, outras você vai acreditar que estarão para sempre com você, mas talvez não estejam... 






O tempo vai passando e vou percebendo que sinto necessidade de ter cada vez menos pessoas ao meu redor, preciso aceitar que a vida é um ciclo, que toda pessoa que se aproximar, vai ter determinada importância para mim e não importa se ela for embora, novas pessoas vão surgir. Na verdade, as pessoas que realmente importam, não vão embora, aquelas que você realmente precisa, vão estar com você, independente de qualquer circunstância. E não dá para manter na sua vida quem demonstra querer ir embora, às vezes é realmente necessário ir, às vezes nós que devemos dar esse passo, mesmo que machuque, a nós e ao outro. Não significa que estejamos desistindo, apenas que não dá mais, o ciclo se fechou e adiar a partida só vai piorar a situação. Ir embora. Ainda não aprendi a fazer isso, ainda não sei lidar com essa situação, mas sei quando devo recuar, ficar na minha, ir me afastando aos poucos. É necessário aprender. A mesma personagem que eu citei anteriormente, disse também: “As pessoas sempre vão embora, mas algumas vezes elas voltam”. Talvez “ir embora” não seja permanente, definitivo, apenas algo necessário naquele momento. A gente precisa dar um tempo. Ficar sozinho. Se isolar um pouco. Repensar nossa vida e o que estamos fazendo com nós mesmos. Se ir embora for o melhor, vá e não se arrependa disso. 

15 Comentários

  1. A pior despedida é aquela em que quem fica sente-se indo, e quem vai, ficando.
    GK

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    1. Essa frase me fez refletir sobre muitas questões. Obrigada, Gugu.

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  2. Olá !
    Adorei o seu texto , você conseguiu transmitir muito sentimento com ele , eu mesma me senti tocada com suas palavras . Essa questão de despedida é muito complicada ...
    Parabéns pela escrita ! Está nota 10 !

    Já estou seguindo o seu blog ...

    http://coisasdediane.blogspot.com.br/

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    1. Fico feliz de saber que consegui te tocar com minhas palavras, Diane.

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  3. Muito bom o texto. Ir embora, muitas vezes, é um ato de muita coragem!

    Beijos, Entre Aspas

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  4. Despedidas é sempre algo ruim, que seriado é esse? Acho que já vi um que citou essa frase. Adorei seu texto<3

    http://blogexplicita.blogspot.com.br/

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    1. Obrigada Rebeca! E o seriado se chama One Tree Hill, e a personagem que citei é a Peyton Sawyer.

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  5. Ver seus amigos irem embora é foda. Ainda mais pra quem tem tanta facilidade pra fazer amigos quando uma tartaruga tem pra vencer o Usain Bolt nos 100m rasos, como eu.
    Tava (tô, na verdade) mega preocupado. Demorou literalmente anos pra fazer amigos bons como esses, e um a um eles fofaram seus respectivos pelos da cidade, cada um pra um canto. E por fim eu fui (vim? quem liga pra concordância verbal as 10:30 da noite?) embora também. Obviamente, pra um lugar diferente de todos os previamente mencionados amigos. A vida não ia me dar um mole desses, né?
    Se você tá achando que agora vem a parte onde eu conto como consegui superar minhas dificuldades, e descobri que o poder estava o tempo todo dentro de mim, e vou te falar pra colocar um copo em cima do computador e orar comigo, né?
    Então, sorry. Ainda não sei se vou demorar mais 7 anos pra fazer novos amigos, se vou conseguir conservar os atuais, mesmo a distância, ou se vou virar um daqueles velhinhos tristes e solitário que ficam praguejando contra casaizinhos no parque. Só sei que tô cada vez menos preocupado com a possibilidade da última alternativa se tornar real. Em parte por que, devagarim, devagarim, acho que tô pegando as manhas de lidar com pessoas. E em parte por que, de vez em quando - MUITO de vez em quando - a vida me faz me presenteia com uma surpresinha agradável. Como um emprego melhor, ou reencontrar uma amiga do colégio no twitter e poder ficar vomitando paredes de texto no blog dela, só pelos velhos tempos =P

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    1. Gente, que vergonha, metade desse comentário ficou na minha cabeça, e a metade que saiu, saiu toda zuada, ahahahahaha. Isso que dá tentar fazer 10 coisas ao mesmo tempo.

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    2. Estou rindo muito com o seu comentário! HAHAHAHA Mas é realmente complicado lidar com o fato de que a vida faz com que as pessoas acabem se afastando umas das outras, seja pelos motivos que forem. E também é complicado fazer novos amigos ou até mesmo manter os antigos. Acho que o mais importante é o que a gente vive com as pessoas que passam pelas nossas vidas, independente do tempo que elas fiquem presentes, e a gente tem que aproveitar esses momentos, e às vezes, mesmo à distância, é possível estar presente de alguma forma.

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  6. Oi Lena, tudo bem? Não sei nem como começar a falar sobre esse texto... Quando penso em partidas, seja por minha iniciativa ou da outra pessoa é sempre doloroso pensar. Com o tempo criei uma espécie de "muro" ou "barreira" que impede as pessoas de chegarem mais perto, para me proteger e evitar que possam me machucar. Mas é como você escreveu, demoramos nos aproximar, mas quando alguém nos conquista é porque sentimos que vale a pena. Quando alguém ultrapassa essa barreira e torna nossas vidas diferente e por algum motivo precisa ir embora a dor é muito maior. As vezes gostaria de não ser assim, penso em ser mais aberta, ser mais receptiva, mas quando penso nas vezes que fui machucada desisto. Cada relacionamento é um aprendizado, devemos tirar as melhores lições. É assim que tenho pensado. Parabéns pelo texto, ficou incrível. Beijos, Érika =^.^=

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    1. Também sou assim, crio barreiras para me proteger, para evitar me machucar, mas quando a barreira é quebrada e mesmo assim somos decepcionados, a dor é muito maior. Mas a decisão de ir embora às vezes é para evitar que a dor se torne ainda maior, talvez seja necessário, depende de cada caso. O que importa é que a gente consiga sair mais forte depois de cada decepção e experiência.

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  7. Realmente uma reflexão sabia e necessária.Muitas vezes temos que ir embora mesmo com uma vontade imensa de ficar.É São coisas irreversíveis da vida.Belo texto!!Grande Beijo

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    1. É o tipo de coisa que a gente vai aprender com o tempo, com as experiências da vida.

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